5. Persistência e influência dos modelos (1 a 3 anos)
Estudos longitudinais têm demonstrado que os padrões de apego de uma criança, aos doze meses, são altamente estáveis e persistem com poucas mudanças até os três anos de idade.
- Crianças percebidas com apego seguro aos doze meses são percebidas aos três anos como mais espertas, cooperativas, queridas e fáceis de lidar.
- Crianças com apego ansioso ambivalente são percebidas como afetivamente distantes, hostis e ao mesmo tempo precisando de muita atenção.
- Crianças com apego ansioso evitador são percebidas como requerendo contínua atenção, com baixa tolerância à frustração, e às vezes passivas e incapazes.
- Mães cujos bebês estavam seguramente apegados aos doze meses, aos dois anos tratavam seus filhos com apoio atento e sensível, respondendo tanto ao sucesso quanto aos fracassos, estimulando as crianças de forma positiva. Essa crianças se mostravam mais entusiasmadas, cooperativas e persistentes, atentas às sugestões maternais.
- Mães de crianças com apego ansioso tratavam a criança de forma menos atenta ou sensível; algumas davam respostas tardias ou inúteis, outras ignoravam seus filhos ou rejeitavam seus pedidos de ajuda.
A classificação do apego, embora baseada somente no comportamento da criança, reflete a história da sensibilidade de quem cuida dela. A qualidade que de início pertence a uma relação e dele emerge, com o passar do tempo se torna qualidade intrínseca do indivíduo.
6. Desenvolvimento das Habilidades de Relacionamento (a partir de 4 anos)
A partir dos quatro anos a criança começa a desenvolver habilidades de relacionamento interpessoal com outras crianças. Através do contato com os irmãos e colegas a criança desenvolve em maior ou menor grau uma série de competências ou capacidades necessárias para conviver com outras pessoas de idade e status semelhante, tais como:
- Capacidade de se comunicar, tanto de ouvir o outro quanto de se expressar com clareza e adequação.
- Capacidade de lutar, ser ativo e persistente na defesa das próprias necessidades; aprender a vencer e a perder.
- Capacidade de perceber as necessidades do outro e respeitá-las; cooperar, agir em grupo.
- Capacidade de brincar e ter lazer com outras pessoas.
- Capacidade de lidar com inveja e ciúme de maneira adequada.
- Capacidade de usar a agressividade de maneira funcional e não destrutiva.
Crianças com uma boa relação com suas figuras de apego têm maior probabilidade de ter um desenvolvimento social e afetivo adequado com outras crianças de idade semelhante, com conseqüências futuras significativas.
Curso de Pós Graduação em Aconselhamento - FTBSP
Autora:
Mª Madalena Borges Araújo Psicóloga – Terapeuta de Grupo, Família, Casal e Indivíduo Especialista em Terapia Familiar Sistêmica
Mª Madalena Borges Araújo Psicóloga – Terapeuta de Grupo, Família, Casal e Indivíduo Especialista em Terapia Familiar Sistêmica
Postado por Abner Morilha
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