SOS CRIANÇA - LUTA CONTRA A PEDOFILIA FRASE DA SEMANA A Internet hoje se configura como uma das maiores portas de comunicação entre os abusadores. Eles a utilizam não só para estarem em rede trocando informações, como também para se aproximar de suas vitimas

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Desenvolvimento do Apego Psicológico na Criança Parte 4- Persistência e Influência dos Modelos







5. Persistência e influência dos modelos (1 a 3 anos)



Estudos longitudinais têm demonstrado que os padrões de apego de uma criança, aos doze meses, são altamente estáveis e persistem com poucas mudanças até os três anos de idade.

  • Crianças percebidas com apego seguro aos doze meses são percebidas aos três anos como mais espertas, cooperativas, queridas e fáceis de lidar. 
  • Crianças com apego ansioso ambivalente são percebidas como afetivamente distantes, hostis e ao mesmo tempo precisando de muita atenção. 
  •  Crianças com apego ansioso evitador são percebidas como requerendo contínua atenção, com baixa tolerância à frustração, e às vezes passivas e incapazes. 
  •  Mães cujos bebês estavam seguramente apegados aos doze meses, aos dois anos tratavam seus filhos com apoio atento e sensível, respondendo tanto ao sucesso quanto aos fracassos, estimulando as crianças de forma positiva. Essa crianças se mostravam mais entusiasmadas, cooperativas e persistentes, atentas às sugestões maternais. 
  •  Mães de crianças com apego ansioso tratavam a criança de forma menos atenta ou sensível; algumas davam respostas tardias ou inúteis, outras ignoravam seus filhos ou rejeitavam seus pedidos de ajuda. 
A classificação do apego, embora baseada somente no comportamento da criança, reflete a história da sensibilidade de quem cuida dela. A qualidade que de início pertence a uma relação e dele emerge, com o passar do tempo se torna qualidade intrínseca do indivíduo.

 6. Desenvolvimento das Habilidades de Relacionamento (a partir de 4 anos)

A partir dos quatro anos a criança começa a desenvolver habilidades de relacionamento interpessoal com outras crianças. Através do contato com os irmãos e colegas a criança desenvolve em maior ou menor grau uma série de competências ou capacidades necessárias para conviver com outras pessoas de idade e status semelhante, tais como:

  • Capacidade de se comunicar, tanto de ouvir o outro quanto de se expressar com clareza e adequação. 
  •  Capacidade de lutar, ser ativo e persistente na defesa das próprias necessidades; aprender a vencer e a perder. 
  •  Capacidade de perceber as necessidades do outro e respeitá-las; cooperar, agir em grupo. 
  •  Capacidade de brincar e ter lazer com outras pessoas. 
  •  Capacidade de lidar com inveja e ciúme de maneira adequada. 
  •  Capacidade de usar a agressividade de maneira funcional e não destrutiva.
 Crianças com uma boa relação com suas figuras de apego têm maior probabilidade de ter um desenvolvimento social e afetivo adequado com outras crianças de idade semelhante, com conseqüências futuras significativas.


Curso de Pós Graduação em Aconselhamento - FTBSP

Autora:
Mª Madalena Borges Araújo Psicóloga – Terapeuta de Grupo, Família, Casal e Indivíduo Especialista em Terapia Familiar Sistêmica

Postado por Abner Morilha




terça-feira, 14 de junho de 2011

O Desenvolvimento do Apego Psicológico na Criança Parte 3- Padrões de Apego




4. Padrões de Apego
A Mãe sensível é empática e sintonizada com as necessidades do bebê, ajustando-se a ele e comportando-se de maneira que o satisfaça. A criança, em vez de se tornar infeliz, manhosa e exigente, começa a desenvolver autoconfiança positiva como confiança na mãe e prazer por sua companhia.
As Mães insensíveis, evasivas ou rejeitadoras, criam bebês frustrados, ansiosos e difíceis.
4.1 Apego Seguro
Estudos revelam que crianças com apego seguro são crianças que exploram ativamente o ambiente, especialmente com as mães presentes, usando-as como base, ou seja, orientando o comportamento de exploração em relação à mãe, trocando olhares, indo e voltando. Quando as mães retornavam após ausências, as crianças as recebiam calorosamente e buscavam intimidade de maneira não ambivalente.
Esses bebês têm expectativas positivas quanto ao comportamento da mãe; usam sua proximidade como base segura, a partir da qual podem explorar o mundo; quando aflitos buscam a mãe ativamente; quando a encontram, deixam-se confortar, sem raiva nem ambivalência.
Esse grupo de bebês tinha mães com alta sensibilidade materna, durante o primeiro ano de vida. (70% da amostra)
4.2 Apego Ansioso Ambivalente
Esse grupo é constituído por crianças passivas que exploravam pouco o ambiente, chupavam o polegar ou se embalavam, demonstrando estar sempre ansiosas sobre o paradeiro da mãe, choravam muito em suas ausências, mas quando estavam juntos oscilavam em buscar proximidade e rejeitar a mãe, resistentes e bravas, num típico quadro de ambivalência. Essas crianças tinham baixos limiares de ameaça, extrema ansiedade de separação e dificuldade de serem confrontadas pela figura de apego, demonstravam petulância e rejeição raivosa às aproximações maternas.
Essa mistura de preocupação e forte busca de contato - com recusa de ser confortado e rejeição raivosa (ambivalência) – revela um modelo de relacionamento internalizado baseado em um cuidado inconsistente.
Pais que se revelam disponíveis e prestativos em algumas ocasiões e em outras não. (10% da amostra)
4.3 Apego Ansioso Evitador
Esse grupo englobava crianças que ora pareciam muito independentes, ignorando as mães, ora tornavam-se ansiosas, tentando reencontrá-las. Quando a mãe retornava, essas crianças fingiam que não percebiam, não a procuravam ou recusavam o contato. Quanto mais estressada está a criança, por sentir-se ameaçada, maior é a evitação da mãe.
Essas crianças davam a impressão de frieza, independência e falta de apego.
Esse padrão é propiciado por mães que têm horror de contato físico, frieza e indiferença emocional, ou demonstram raiva e agressividade frente às demandas do bebê; nos casos graves submetem a criança a vivências crônicas e estáveis de rejeição e abandono. (20% da amostra).
Bowby argumenta que a criança percebe a figura de apego como não disponível e a si próprio como não merecedor de ser cuidado.
Curso de Pós Graduação em Aconselhamento - FTBSP
Autora:
Mª Madalena Borges Araújo Psicóloga – Terapeuta de Grupo, Família, Casal e Indivíduo Especialista em Terapia Familiar Sistêmica


Postado por Abner Morilha

domingo, 8 de maio de 2011

O Desenvolvimento do Apego Psicológico na Criança Parte 2- Introdução











1 Introdução







Segundo Bowlby (1969), o bebê humano já nasce com a predisposição genética para desenvolver laços afetivos com aqueles que interagem na primeira infância. O nascimento do primeiro vínculo afetivo da criança é concebido como sendo conseqüência de certos padrões pré-programados de comportamento de primeiro semestre de vida (choro, olhar, agarrar-se etc.) terem se tornado focados na figura da mãe ou substituta a partir do sétimo mês.

Chama-se comportamento de apego toda a forma de comportamento que tem como meta a obtenção ou manutenção de proximidade com outra pessoa específica e preferida (considerada mais apta para lidar com o mundo) chamada de figura ou objeto de apego.

Padrões patológicos de comportamento podem existir em qualquer idade e indicam sempre a existência de desvios no desenvolvimento. “Os determinantes principais do curso desenvolvido pelo comportamento de apego de uma pessoa e o padrão pelo qual ele se torna organizado são as experiências que a pessoa teve com suas figuras de apego durante seus anos de imaturidade - quando bebê, criança e adolescente”.

O desenvolvimento do apego, intimamente ligado ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança, depende da interação entre maturação e aprendizagem.

2 O Desenvolvimento do apego na criança (0 a 12 meses)

A partir do nascimento até mais ou menos dois meses, o bebê já demonstra orientação e sinalização para as pessoas a sua volta, mas sem preferência por uma figura específica.

Embora a criança não nasça gostando de ninguém, já nasce pré-programada (através do equipamento perceptivo, motor e do choro) para buscar proximidade com os seres humanos que cuidam dela. É a interação sócio-afetiva dos primeiros meses que levará ao apego – vínculo internalizado, que na espécie humana aparece somente na segunda metade do primeiro ano.

A partir de sétimo mês, o bebê passa a buscar ativamente a proximidade de uma ou mais figuras através da sinalização e locomoção. Instala-se rapidamente sinais de apego diferenciado.

Pesquisas revelam algumas variáveis determinantes que apontam as pessoas com quem a criança se apega:

* Rapidez com que a pessoa responde ao choro;

* Prontidão e iniciativa de interação social (brincar, rir, conversar);

* Sensibilidade da pessoa para responder aos sinais da criança;

* Quantidade e natureza de interação entre mãe e filho (prazer mútuo no relacionamento)

3 Funcionamento do sistema de apego

O comportamento de apego é ativado por condições do mundo interno e / ou externo, por exemplo:

* A estranheza e o mal estar em função do cansaço e da doença;

* O medo;

* A percepção da falta de disponibilidade ou responsividade da figura de apego.

A desativação se dá por outras condições, por exemplo:

* Um ambiente conhecido e seguro;

* Uma resposta pronta e receptiva da figura de apego.

O sistema de apego funciona como um termostato que se liga com determinados estímulos e se desliga com outros, exemplo, suponhamos que uma criança de 18 meses está distraída brincando e a mãe sai do ambiente abruptamente.

* O estímulo saída da mãe, liga o sistema de apego; a criança chora, esperneia, quer ir atrás.

* Se a mãe retorna e a atende, ela volta a sentir-se segura.

* O estímulo ser cuidada desliga o sistema de apego – ela volta tranqüilamente a brincar.

A partir dos três anos, os comportamentos de apego tornam-se menos evidentes, quer em termos da freqüência com que ocorrem, como da intensidade. Mas se mantém como parte importante do repertório comportamental do ser humano, durante toda a infância como também durante a adolescência e a idade adulta, quando novas relações de apego se estabelecem.



Curso de Pós Graduação em Aconselhamento - FTBSP



Autora:
Mª Madalena Borges Araújo Psicóloga – Terapeuta de Grupo, Família, Casal e Indivíduo Especialista em Terapia Familiar Sistêmica




Postado por Abner Morilha

domingo, 17 de abril de 2011

O Desenvolvimento do Apego Psicológico na Criança Parte 1 - Contexto

CONTEXTO
Vivemos em um mundo relacional, o relacionamento para nós humanos é fundamental, muitas vezes ter sucesso ou não depende do modo como nos relacionamos com os outros.
Somos seres impulsionados para relações, logo que nascemos comunicamos nossa chegada através do choro, e reclamamos nossas refeições de imediato, pois estamos programados para sugar o seio em busca de alimento.

Nos primeiros anos de vida relacional:
Nossos pais nos ensinam os rudimentos das relações, com os objetos de modo geral e com as pessoas, por ex. Não bate, não morde, dá um pedaço para seu amigo, empresta o seu brinquedo, se ele te bater você se defende, se ele te ofender você xinga também, empresta seu lápis, não dá seu lanche, etc.....


Na escola:

Continuamos nossa caminhada, agora fazemos amigos e inimigos, as coisas começam a complicar. As crianças tímidas sofrem, as espontâneas demais também, começam os ajustes da vida. Não aprendemos conceitualmente as relações, e ficamos sem parâmetros, na matemática temos as regras, no Português também, Geografia e história estão tudo bem explicado nos livros, mas como se relacionar com as outras pessoas não tem livro, vamos crescendo e aprendendo na prática, e isto muitas vezes é difícil e doloroso. Nos custa apanhar, bater, gostar, odiar, ser odiado, fazer parte da turma ou não, sofrer rejeição, rejeitar etc.


Na adolescência:

Como sobreviver na adolescência, é quase uma metamorfose, muda o corpo, a voz, o modo de ver e sentir as coisas e as pessoas, tudo fica meio chato e sem graça, vamos em busca de novos horizontes – o modo de perceber e conceber o mundo e as pessoas muda. O mundo fica difícil sob vários aspectos ou quase todos, ninguém nos entende e se entende é por pouco tempo, logo perdemos a razão, nossas reivindicações parecem fora de propósito para nossos pais, tios avós. Somente nossos amigos nos entendem, com frequência os pais deles também não os entendem. O mundo fica meio hostil.


Na Juventude:

As primeiras relações no ambiente de trabalho, quantas vezes nos deparamos com situações difíceis por falta de habilidade interpessoal, temos que lidar com chefias difíceis, com colegas invejosos, ou dificuldades em expressar nossas opiniões de forma clara, colocar limites em nossos relacionamentos. Ter nossas próprias opiniões, fazer escolhas tomar decisões, assumir responsabilidades. Escolher carreira, escolher um parceiro (a).


Na vida adulta:

Escolhemos nossos parceiros, sem saber direito o que nos atrai, e o que a outra pessoa viu em nós para querer casar também. Casamos sem entender muito bem como funciona um relacionamento a dois e vamos vivendo, no início tudo e lindo e maravilhoso lentamente os problemas aparecem e não temos a menor idéia de como consertar as coisas. Queremos sempre voltar ao estado de paixão anterior e só pioramos as coisas.


Decidimos ter filhos:

Mas raramente as pessoas avaliam com o devido cuidado a situação, ter filhos ou não e suas consequências, a mudança na vida do casal, a vinda do bebê etc. Mais uma vez vamos aprender na prática como cuidar de um bebê, somos invadidos por montes de conselhos dos mais velhos e achamos que não é nada daquilo, mas também não sabemos direito o que é, fica tudo meio confuso. Em meio a essa confusão criamos os nossos filhos e a história se repete de geração em geração. Educar os filhos é a fase mais difícil, porque os bebes, as crianças, os adolescentes não vêm com manuais.


Idade madura:

Estamos novamente na mesma situação, tendo que nos virar na vida sem saber exatamente como, começa o circulo novamente. A psicologia vem nos socorrer nas questões relacionais, vem nos ensinar como desde pequenos podemos ser educados emocionalmente. A teoria do apego é uma teoria simples que pode ser aplicada por qualquer pessoa que entenda como ela funciona. Porém, educar pessoas pressupõe primeiro a própria educação e para isso é necessário um investimento no desenvolvimento das relações interpessoais.

Curso de Pós Graduação em Aconselhamento - FTBSP
Autora:
Mª Madalena Borges Araújo Psicóloga – Terapeuta de Grupo, Família, Casal e Indivíduo Especialista em Terapia Familiar Sistêmica Postado Por Abner Morilha

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