Rollo May traz uma visão aberta e integral do ser humano. Ele considera todas as instâncias da pessoa. E trata o individuo como um todo indivisível, sem reducionismo.
May indaga “Quem é o homem?”, pois a eficiência do nosso aconselhamento está ligada a nossa capacidade de compreender quem é este homem. Fala da necessidade de termos um conceito deste homem que será o ponto de partida para qualquer abordagem. E que se não adotarmos um conceito conscientemente adotaremos um inconscientemente, pois segundo May é impossível seguir adiante em um atendimento sem se ter um conceito de homem permeando e direcionando o atendimento.
A personalidade é caracterizada pela liberdade, individualidade, integração social e tensão religiosa. E estes quatros princípios são essenciais para a personalidade humana, pois a personalidade é a concretização do processo-da-vida num individuo livre, socialmente integrado, que possui uma tensão religiosa.
Liberdade
May enfatiza ainda a importância de Freud para a compreensão do homem. Diz que Freud descobriu que a profundidade da natureza humana estava contida nos domínios profundos e poderosos da inconsciência e que ele mostrou o lado feio do ser humano, por isso também foi rechaçado e tão criticado no início de seu trabalho.
Fala dos mecanismos de repressão observado por Freud e de todo sistema que ele criou para analisar a personalidade humana. Diz que o processo central da psicanálise consiste em retirar o conflito das trevas da inconsciência para a luz da consciência, onde ele pode ser reconhecido e razoavelmente manipulado.
Cita o Insight e da força do reino do inconsciente e de como ele determina vários fatores em nossas vidas.
May também nos alerta do perigo da interpretação determinística da personalidade como um todo, fazendo do sistema simplesmente um esquema de causa e efeito: O impulso instintivo bloqueado leva a repreensão, esta leva ao complexo psíquico e este, por sua vez, à neurose. E a cura consiste, teoricamente, na reversão do processo.
As pessoas podem construir uma visão mecanicista e determinista da personalidade, tornando-se então vítima de seus impulsos instintivos e que a sua única salvação está em dar livre curso a libido sempre que este impulso surgir.
Se um determinismo desta espécie for aceito a responsabilidade humana é destruída. O ladrão pode dizer: Não fui eu quem roubou a maçã, foi a minha fome.
Um, dos pressupostos de toda psicoterapia é o de que o paciente deve, mais cedo ou mais tarde, aceitar a responsabilidade por si mesmo. E que o determinismo de causa e efeito só é valido na área da neurose de reprensão-complexo. E quando o paciente é libertado do complexo, torna-se responsável pela construção criativa de seu futuro.
A liberdade é um principio básico da condição do homem e é exatamente o que nos difere dos animais, pois como humanos temos a possibilidade de quebrar as cadeias dos instintos e impulsos que tentam nos governar. Está escolha pelo certo, pelo correto, em detrimento do que meus impulsos e desejos querem é o que me leva a condição de gente.
Do ponto de vista psicológico é essencial que acreditemos na liberdade do ser humano em escolher. Importante deixar claro que o aconselhamento nunca é um debate. O aconselhador deve mostras as possibilidades e assim gradativamente, levar o aconselhado a uma aceitação da responsabilidade por sua conduta futura.
Como guia de aconselhamento o primeiro principio da personalidade, a liberdade pode ser resumida da seguinte forma: é função do aconselhador levar o aconselhando a aceitar a responsabilidade pela direção e pelos resultados de sua vida.
Referencia Bibliográfica:
Rollo May. Arte do Aconselhamento Psicológico, Editora Vozes, Petrópolis, pg. 38-64
Referencia Bibliográfica:
Rollo May. Arte do Aconselhamento Psicológico, Editora Vozes, Petrópolis, pg. 38-64
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