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segunda-feira, 8 de março de 2010

A Árvore da Cura - Hurdin - Parte 2 Por Abner Morilha

Os objetivos apropriados para ajudar o outro por meio do aconselhamento:

O aconselhamento pode ajudar as pessoas em todo e qualquer aspecto da vida interior, emocional, volitivo, comportamental, racional, psicológico ou espiritual.
Os aspectos de ouvir e conversar conduz inevitavelmente a algum nível de relacionamento entre o conselheiro e cliente.
 Pesquisas revelaram no decorrer dos anos que a psicoterapia é eficaz quando o psicoterapeuta se mostrava eficaz.

Charles Truax e Carkhuff fizeram uma avaliação cuidadosa da questão e concluíram que a tríade essencial de qualidades para o aconselhamento eficaz é:

1. Autenticidade

2. Receptividade com distanciamento

3. Empatia apurada

1. Autenticidade – Este termo define um conselheiro coerente como indivíduo, com suficiente autoconsciência para enxergar as próprias fraquezas e com transparência nos relacionamentos.

O conselheiro precisa ter uma segurança interior firme a fim de suportar a pressão resultante de ajudar alguém em dificuldade.
A boa e a má terapia dependem muitíssimo da personalidade do conselheiro.

2. Receptividade e distanciamento – Consideração positiva incondicional. O auxiliador eficaz, precisa ser capaz de expressar uma consideração positiva tanto verbalmente como por meio de manifestações faciais, contato visual, gestos e silêncios.
Com respeito ao distanciamento na receptividade pode se verificar que a partir de Freud se acentua o valor de uma atitude não-julgadora ou incondicional.
O autor revela muito equilíbrio ao colocar que esta atitude não julgadora e incondicional e enfatiza que Isto não significa ausência de critica.

Não julgar, não quer dizer concordar. Isto tira um fardo enorme das nossas costas, pois revela que podemos ter uma postura inclusiva e aceitativa e que devemos ser incondicional com relação ao amor e a aceitação, mas não precisamos abrir mão dos nossos valores éticos e nem sermos conivente com uma postura ou atitude destruidora do aconselhado.

O discernimento deve ser isento de juízo e não deve jamais ser manipulativo e isto nos leva a questão da motivação: O que me leva a ser um conselheiro? Pergunta que devemos nos fazer freqüentemente.

3. Empatia apurada - A palavra empatia deriva dos termos gregos sofrimento (ou sentimento) com (ou dentro de)
Empatia é a capacidade de alguém projetar sua personalidade no objeto de contemplação e, desse, modo, compreendê-lo totalmente. A palavra chave da situação de aconselhamento é compreensão, de modo que aconselhamento implica em compreender o cliente instante após instante, e essa compreensão deve ser apurada para ser eficaz.
Em um nível mais profundo a empatia abrange a suficiente identificação com o cliente, a fim de sentir algo de sua aflição ou desespero. Metaforicamente implica em estar na pele do outro.
Existem níveis diferentes de empatia. Em um nível elevado de empatia o conselheiro passa na relação à mensagem de que está do lado do aconselhado e os seus comentários se harmonizarão com os sentimentos e com a mensagem do cliente.
Em um Nível inferior o terapeuta não terá a mesma sintonia e seus sentimentos serão de distancia e de aparente dissintonia. Isto por certo causará inferências que distanciarão o aconselhando da cura.

Maravilhoso saber que os níveis mais elevados de empatia podem ser aprendidos. Prestando-se total atenção ao relato do cliente, esforçando por lembrar pormenores importantes, usando-se a imaginação bem como a experiência na capacidade de falar de modo exato e adequado.

Portanto, os atributos autenticidade, receptividade com distanciamento e empatia apurada, quando corretamente entendidos são essenciais para o conselheiro eficaz. Somado a isto está o amor que segundo Ferenczi é o poder curador indispensável no dom terapêutico.

Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre a multidão de pecados I Pedro 4: 8

Hurding fala da necessidade do conselheiro e do aconselhando compartilharem de expectativas semelhantes e objetivos realistas. Fala também que se meu alvo maior for evangelizar e o objetivo do aconselhando for o auxilio para seu casamento, provavelmente esta relação de ajuda está fadada ao fracasso.

Interessante também a pesquisa realizada por Schofield que nos alerta para a tentação de tratarmos com maior atenção do que ele chama de cliente JAEIS
Jovens, atraentes, eloqüentes, inteligentes e de sucesso. E que isto na verdade seria oferecer ajuda a aqueles que talvez menos necessitem.

O autor conclui com uma questão que mexeu muito comigo. Tenho como chamado ministerial o evangelismo. E como pastor–evangelista sofro sempre a tentação de nos processos de aconselhamento, colocar o anuncio das Boas Novas em lugar de destaque no atendimento.
Gostei muito da posição equilibrada do autor com relação a evangelização nas sessões de aconselhamento.
Entretanto, creio que a interpretação de Huding com relação a Efésios 4:11 "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres" não é completa e deixa a desejar, pois ele coloca a evagenlização como sendo responsabilidade do evangelista e é importante destacar que o anuncio das Boas Novas não é exclusivo de um ministério.   e sim de todos, não importando portanto o chamado ministerial

II Co 5: 18-20 "Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus."

O texto sagrado diz claramente que o ministério da reconciliação foi dado a todo o crente, portanto me esconder atrás do ministério do evangelista é um erro e uma omissão. Não posso me esconder atrás dos cinco ministérios descritos em Efésios 4:11, pois até mesmo o apostolo, profeta, pastor e mestre tem antes deste chamado o ministerio da reconciliação como ministerio primeiro e principal. É claro que isto deve ser feito ao seu tempo e de maneira sabia.

O trabalho de Hurdin é riquíssima e nos leva a uma profunda reflexão dos diferentes papeis desempenhados pelo psicoterapeuta e pelo conselheiro e de como em certos momentos as duas praticas se entrelaçam e compartilham o mesmo espaço e em outros momentos ocorre um distanciamento em cada uma das competências, entretanto elas sempre se encontram em algum ponto no processo de auxilio.

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