O aconselhamento pode ajudar as pessoas em todo e qualquer aspecto da vida interior, emocional, volitivo, comportamental, racional, psicológico ou espiritual.
Os aspectos de ouvir e conversar conduz inevitavelmente a algum nível de relacionamento entre o conselheiro e cliente.
Pesquisas revelaram no decorrer dos anos que a psicoterapia é eficaz quando o psicoterapeuta se mostrava eficaz.
Charles Truax e Carkhuff fizeram uma avaliação cuidadosa da questão e concluíram que a tríade essencial de qualidades para o aconselhamento eficaz é:
1. Autenticidade
2. Receptividade com distanciamento
3. Empatia apurada
1. Autenticidade – Este termo define um conselheiro coerente como indivíduo, com suficiente autoconsciência para enxergar as próprias fraquezas e com transparência nos relacionamentos.
O conselheiro precisa ter uma segurança interior firme a fim de suportar a pressão resultante de ajudar alguém em dificuldade.
A boa e a má terapia dependem muitíssimo da personalidade do conselheiro.
2. Receptividade e distanciamento – Consideração positiva incondicional. O auxiliador eficaz, precisa ser capaz de expressar uma consideração positiva tanto verbalmente como por meio de manifestações faciais, contato visual, gestos e silêncios.
Com respeito ao distanciamento na receptividade pode se verificar que a partir de Freud se acentua o valor de uma atitude não-julgadora ou incondicional.
O autor revela muito equilíbrio ao colocar que esta atitude não julgadora e incondicional e enfatiza que Isto não significa ausência de critica.
Não julgar, não quer dizer concordar. Isto tira um fardo enorme das nossas costas, pois revela que podemos ter uma postura inclusiva e aceitativa e que devemos ser incondicional com relação ao amor e a aceitação, mas não precisamos abrir mão dos nossos valores éticos e nem sermos conivente com uma postura ou atitude destruidora do aconselhado.
O discernimento deve ser isento de juízo e não deve jamais ser manipulativo e isto nos leva a questão da motivação: O que me leva a ser um conselheiro? Pergunta que devemos nos fazer freqüentemente.
3. Empatia apurada - A palavra empatia deriva dos termos gregos sofrimento (ou sentimento) com (ou dentro de)
Empatia é a capacidade de alguém projetar sua personalidade no objeto de contemplação e, desse, modo, compreendê-lo totalmente. A palavra chave da situação de aconselhamento é compreensão, de modo que aconselhamento implica em compreender o cliente instante após instante, e essa compreensão deve ser apurada para ser eficaz.
Em um nível mais profundo a empatia abrange a suficiente identificação com o cliente, a fim de sentir algo de sua aflição ou desespero. Metaforicamente implica em estar na pele do outro.
Existem níveis diferentes de empatia. Em um nível elevado de empatia o conselheiro passa na relação à mensagem de que está do lado do aconselhado e os seus comentários se harmonizarão com os sentimentos e com a mensagem do cliente.
Em um Nível inferior o terapeuta não terá a mesma sintonia e seus sentimentos serão de distancia e de aparente dissintonia. Isto por certo causará inferências que distanciarão o aconselhando da cura.
Maravilhoso saber que os níveis mais elevados de empatia podem ser aprendidos. Prestando-se total atenção ao relato do cliente, esforçando por lembrar pormenores importantes, usando-se a imaginação bem como a experiência na capacidade de falar de modo exato e adequado.
Portanto, os atributos autenticidade, receptividade com distanciamento e empatia apurada, quando corretamente entendidos são essenciais para o conselheiro eficaz. Somado a isto está o amor que segundo Ferenczi é o poder curador indispensável no dom terapêutico.
Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre a multidão de pecados I Pedro 4: 8
Hurding fala da necessidade do conselheiro e do aconselhando compartilharem de expectativas semelhantes e objetivos realistas. Fala também que se meu alvo maior for evangelizar e o objetivo do aconselhando for o auxilio para seu casamento, provavelmente esta relação de ajuda está fadada ao fracasso.
Interessante também a pesquisa realizada por Schofield que nos alerta para a tentação de tratarmos com maior atenção do que ele chama de cliente JAEIS
Jovens, atraentes, eloqüentes, inteligentes e de sucesso. E que isto na verdade seria oferecer ajuda a aqueles que talvez menos necessitem.
O autor conclui com uma questão que mexeu muito comigo. Tenho como chamado ministerial o evangelismo. E como pastor–evangelista sofro sempre a tentação de nos processos de aconselhamento, colocar o anuncio das Boas Novas em lugar de destaque no atendimento.
Gostei muito da posição equilibrada do autor com relação a evangelização nas sessões de aconselhamento.
Entretanto, creio que a interpretação de Huding com relação a Efésios 4:11 "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres" não é completa e deixa a desejar, pois ele coloca a evagenlização como sendo responsabilidade do evangelista e é importante destacar que o anuncio das Boas Novas não é exclusivo de um ministério. e sim de todos, não importando portanto o chamado ministerial
II Co 5: 18-20 "Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus."O texto sagrado diz claramente que o ministério da reconciliação foi dado a todo o crente, portanto me esconder atrás do ministério do evangelista é um erro e uma omissão. Não posso me esconder atrás dos cinco ministérios descritos em Efésios 4:11, pois até mesmo o apostolo, profeta, pastor e mestre tem antes deste chamado o ministerio da reconciliação como ministerio primeiro e principal. É claro que isto deve ser feito ao seu tempo e de maneira sabia.
O trabalho de Hurdin é riquíssima e nos leva a uma profunda reflexão dos diferentes papeis desempenhados pelo psicoterapeuta e pelo conselheiro e de como em certos momentos as duas praticas se entrelaçam e compartilham o mesmo espaço e em outros momentos ocorre um distanciamento em cada uma das competências, entretanto elas sempre se encontram em algum ponto no processo de auxilio.
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